terça-feira, 16 de junho de 2015

"Gastronomia Urbana" e a difícil digestão do problemas sociais de Curitiba: Um soco no estômago da hipocrisia social .




"Na receita, favela descascada com pedaço de playboy, adicione maconha, craque, sangue de índio, a terra do índio e dinheiro picado do imposto de pobre. Reserve . Noutro canto jogue o lixo, aproveite a água do esgoto, mas não use água tratada pois é cara, prefira cozinhar no escuro, assim da pra esconder a triste imagem de alguns políticos.
Junte tudo num ônibus só, sempre em pé, apertado, mexa, tempere com mentiras a vontade e sirva pro povão assistindo os professores apanhando da polícia no centro cívico." 
ESSA GASTRONOMIA VAI ALÉM DA MESA  

No tupi-guarani, coré (pinhão) e etuba (muito) hoje Curitiba. No idioma dos caingangues, do tronco macro-jê, Curi (fuja) juntou-se a hatimba (vamos, depressa)... pra fujir de quem cacique? 
O índio chegou aqui ou já morava antes ? 



Mas você conhece bem a cidade inteira? Seus limites fronteiriços da realidade? 

Todos comem bem, estudam, têm cultura e dormem bem ... certo? NÃO CAMARADA ! NÃO CARA-PÁLIDA !

A cidade que é desenhada fora daqui ou, poderia dizer, a casca de ovo que é frágil e rachada, 
          sofre de sua própria forma de esconder e                     empurrar pra longe os seus problemas.
Uma antropofagia social ? 
A própria cultura aqui não une ninguém, separa!! Delimita. Segrega. Talvez melhor assim, pois a periferia cria a sua. 

No Gastronomia Urbana do Diretor Ricardo Machado, tudo nesse caldeirão ta misturado, se coloca em contraste, do conforto ao lixo, da velocidade a falta de mobilidade e a busca de dignidade.
Problema social, problema cultural ...

Com uma ótima montagem, que te prende na boa costura entre sons, imagens, depoimentos semelhantes e complementares - e com conteúdo pra mais 10 "docs" -, pergunta, responde e faz pensar.
E na minha simples opinião, digno de futuros prêmios e um certo incômodo a conservadores, gestores, tradicionalistas ou alienados da informação ou da vida. Mas também não faz o caos pelo caos, aponta soluções pra quem quiser "degustar dessa gastronomia". Montado pelo próprio Ricardo, tem um trabalho de 10 anos, com um fio condutor "visionário" e etílico, que viveu e parece bem, mas beeeeem mais lúcido que nossos governantes. 
Vida longa ao documentário que está  começando sua trajetória mundial...


                                        E o Ligeirão vermelhão lotadadão $$$$ kkkkkkk  ... " parece um pão com                                              vina e carne moída, onde a carne é o passageiro " ,
                                        O transporte caro, que tem um dono e 10 anos de defasagem !

" minha mãe trabalha pra me sustentar ..." " fuja" " favela" "rap" "boysinho" "sushi" "churrasco" "desperdício" " poeira" "lama" "lixo" "luxo" "lixa" "morte" 





Direção
Ricardo Ernest Machado
Roteiro
Fernando Marés de Souza
Direção de Produção
Guilherme Gluck Camargo
Produção
Sabrina O. Garcia
Direção de Fotografia
André de Paula
Trilha Sonora
Vina Lacerda
Montagem
Ricardo Ernest Machado
Som
Rodrigo Janiszewski

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